quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Distorted eyes, when everything is clearly dying


Engraçado que da Austrália saem as bandas mais inusitadas. Jet, ACDC, Nick Cave, Man at Work, e não deixando de fora a estranha, porém, agradável Silverchair.
Se você ouve Nirvana e acha que o Kurt era doente, então você não ouviu Frogstomp e Freak Show, os primeiros álbuns do Silverchair. Daniel Johns, na época posterior ao Freak Show (cujo nome é bem peculiar) começou a apresentar sinais de uma possivel depressão, e assim que saiu o Neon Ballroom, você percebe que alguma coisa está muito errada. Mesmo sendo uma banda de pós-punk com influências do nosso amigo perturbado Kurt Cobain e Pearl Jam, o Neon é um álbum excepcionalmente depressivo, e completamente diferente dos outros trabalhos do grupo. Primeiro porque, como seeeeeeempre, a banda era aquele estilo garagem feelings, e existiam uma pá de álbuns que ninguém nem ouviu falar, então acho que quando o Daniel saiu do covil dele com um álbum de baixo do braço e a sua cara de menino aidético, Silverchair conseguiu a atenção desejada, valento até música tocando em Malhação, que maravilha.
E outra, o próprio Daniel disse que não gosta dos álbuns anteriores e que quando gravou o Frogstomp ele tinha 14 anos né, me ajuda! Até eu ouvindo pensei "olha, gracinha de banda." o estilinho adolescente deles mudou completamente, e finalmente, eles amadureceram e criaram o Silverchair que a gente tanto ama. (ou seja, não perca seu tempo ouvindo as músicas anteriores à 1999, não vale o espaço do seu HD.)

Quando o cadeira de prata subia nos palcos, quem era fã ficava desapontado, mas quem se interessou, foi prontamente. O problema era que o delícia do Johns tava ficando cada vez mais magro, então cantar Ana's Song (open fire ), por exemplo, deixava o show com cara de funeral.
 Anthem For The Year 2000 foi A música que fez com que a banda explodisse. Na minha concepção, é um tipo de música com uma letra revolucionária, mas que não tinha nenhum objetivo do gênero. Por mais que o Neon fosse um estilo "álbum pessoal", como um diário deprê e com mais sentimento que uma novela das 8, a única coisa que deixa a música FODA é a voz rouca do Johns, com os arranjos moderninhos que eles fizeram na música. (mas não é descartável, na verdade, como eu sempre digo, ninguém liga para a letra, então foda-se.)

 

Miss You Love... Bom, eu tenho certeza que todo mundo já ouviu. E eu admito que eu odeio esse tipo de música mela cueca que só ouve quem não sabe o que tá cantando, mas Miss You Love é uma exceção. É Importante ressaltar que o Daniel tava numa fase de tristeza total, então, se o cd ficou comercial, não acho que ele tenha usado a tristeza dele em função disso. Mas a música é linda, é triste, é emo, e você não pode ouvi-la se estiver no "fundo do poço".
Dearest Helpless e  Emotion Sickness entram no mesmo grupo. A letra é claramente feita por um adolescente da década de 90 em:
                                                 " Equalise the pressure it's all too much.
                                                   Sex, drugs and image is just enough...
                                                   to get you by in the real world."

O baixo de Steam Will Rise não é lá aquelas coisas, mas eu não sei porque, eu acho ele uó! É o tipo de música que se você tá no show, e começa a tocar esse baixo do Joannou (produtor musical fodão.) você começa a pular e pirar do tipo "NOOOOSSA É STEAM WILL RISE" mesmo que essa música não seja "pulável".

Spawn Again é uma canção FODA. Essa sim é pulável. A letra é foda, a voz dele tá muito foda. Ele colocou todo o ódio pós-punk nessa música e o resultado foi a linha de baixo e guitarra que complementam e deixam tudo muito mais legal, principalmente depois de berrar igual um asno e você ouvir ele recuperar o fôlego.   (preciso lembrar de por essa música no meu celular.)
                                         "Death becomes clearer through bloodshot eyes"


Num apanhado geral, o Neon Ballroom foi meio que um remédio pro Daniel sair da fossa, e logo em seguida, a banda lançou mais dois álbuns de estúdio (Diorama de 2002 e o Young Modern, de 2006) e mais um apanhado geral de gravações ao vivo, incluindo o show deles no Rock in Rio (in Rio mesmo.), e planeja um outro 'disco' para esse ano ou ano que vem, intitulado Machina Collecta. A crítica tem o costume de cair com pau em tudo que é muito diferente, então, como sempre, deixo no ar o que quiserem pensar do "testamento" do Johns, de 1999. Da mesma maneira, encarei as músicas seguintes com a mesma visão crítica e achei de excelente qualidade, apesar de sua fama não ser tão grande aqui nesse país tropical (e lá se vai meu nacionalismo.)


(Diorama - 2002)

2 comentários:

  1. Parabéns, você me fez lembrar que ainda não consegui o livro do Cave, e Diorama me lembrou Doraemon, ok, ok... *esconde*
    Já parou e percebeu que nós fazemos um blog, no qual, basicamente compartilhamos conhecimento entre nós mesmas, e sempre criamos uma especie de chat nos coments ?
    Mas..., como sempre digo, who cares?!

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  2. é, basicamente. eu acho que eu escrevo pra esvaziar minha cabeça sabe USAHUHSAU e compartilhar conhecimento entre nós mesmas²
    ADORO o tanto que ele é lido e adorado. rs - NOT
    mas beleza, foda-se, continuarei a escrever milbgs =*

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